Hélios, Deus Sol da mitologia grega





O deus Sol foi cultuado por todas as civilizações antigas. Numa época bastante remota, estendeu-se pela Grécia o culto a Hélios, divindade que tinha como função iluminar os deuses e os homens, fazendo brotar as plantas e amadurecer os frutos. O culto a Hélios ter-se-ia originado na Ásia, com paralelos similares a Samas, divindade solar da Mesopotâmia.

No mito de Hélios encontramos o deus a percorrer o céu sobre um carro de ouro, fabricado pelo artesão dos deuses e senhor do fogo, Hefestos (Vulcano). Hélios traz o seu carro atrelado a quatro velozes cavalos brancos, que soltam fogo pelas narinas. Os nomes dos cavalos do Sol sofrem alterações de acordo com as várias versões da sua lenda, sendo os mais tradicionais Eôo (oriental), Éton (cor de fogo), Pírois (eu queimo) e Flégon (eu brilho). Noutras versões, há os cavalos Etíope e Lampo (resplandecente).

Conduzindo o seu carro de ouro, Hélios percorre uma longa viagem pelo mundo, partindo de um pântano formado pelo Oceano, no longínquo país da Etiópia, no Oriente. Hélios cavalga o céu envolto em um leve manto, trazendo um reluzente capacete. Percorre o azul celeste em uma corrida veloz, trazendo luz e calor para todas as partes do universo. Ao meio-dia Hélios alcança o ponto mais alto da sua trajetória, então o carro começa a descer na direção do Ocidente. Ao chegar no país das ninfas Hespérides, submerge no Oceano, onde os cavalos se banham, indo descansar na ilha dos Bem-Aventurados. Hélios reúne-se a sua família, que o espera em um barco, no qual navega toda a noite, até atingir no dia seguinte, o ponto de partida e recomeçar o vôo pelo céu. Hélios tem a sua residência na ilha de Ea, é dono de sete rebanhos de bois e sete rebanhos de ovelhas, que segundo Aristóteles, os animais representam os 350 dias e as 350 noites do antigo calendário solar.

Hélios é o deus que tudo vê, que tudo sabe, descobrindo delitos e punindo os culpados, exercendo assim, o controle ético sobre os homens. Das lendas que envolveram o mito de Hélios, a mais famosa é a do seu filho Faetonte. Para provar a Épafo que era filho do Sol, Faetonte consegue convencer o pai a deixá-lo dirigir os quatro cavalos pelo céu. Preso a uma promessa, Hélios permite que o filho o faça. Cavalgando os céus, Faetonte perde o controle sobre os cavalos, que começam a galopar sem direção, bem próximos da terra, queimando-a e tirando a respiração dos homens. Perdidos pelos céus, os cavalos passam pela Etiópia, aproximam-se tanto dos homens que se lhe mudam a cor, passando de brancos a negros. Faetonte continua perdido pelo céu, causando grandes estragos à humanidade. Ao ver a imprudência do filho do Sol, Zeus (Júpiter), o senhor dos deuses, fulmina Faetonte com um raio, o jovem cai morto nas águas do rio Erídano. A Hélios só resta prantear o filho.

Na Grécia, o local principal do culto a Hélios era na ilha de Rodes, onde todos os anos eram celebradas as festas Helíacas, que traziam jogos, certames musicais, culminando no sacrifício de quatro cavalos atirados ao mar. Em 291 a.C. o escultor Cares fez a imagem mais popular do deus, a estátua que ficou conhecida como o Colosso de Rodes, uma das sete maravilhas do mundo antigo.Com o tempo (a partir do século V a.C.), o culto a Hélios começou a declinar por toda a Grécia, sendo substituído por Apolo, o deus solar e da luz, que passou a ser identificado ao Sol, assumindo as suas principais características.

1 comentários:

john taylor 15 de setembro de 2009 às 17:33  

porque comemorava o natal para o deus hélios?

Postar um comentário


Circe oferecendo a taça a Ulisses (John William Waterhouse)

Sobre o Segundo Círculo

Esse blog não tem grandes pretensões... Não quer virar material de consulta de ninguém... Antes de tudo, pretende ser um canal de comunicação entre pessoas (que se conhecem) e tem objetivos em comum muito claros: auto-conhecimento e troca de informações a respeito dos temas propostos... Espiritualidade, mitologia, arte, ocultismo, religiões e tudo o que deriva disso... Bem-vindos são todos que se identificarem com essa filosofia.